sexta-feira, 9 de novembro de 2007

E agora não adianta correr, agora não precisa mais se apressar

Não acredito.
Mas, depois de 3 ligações, parece quase real.
As lágrimas caem devagar,
caem rápido
durante o caminho até em casa,
durante a chegada em casa;
caem gritantemente,
durante a ligação ao celular;
caem indefinidamente,
durante uma boa parte da madrugada;
e caem dessas e de outras formas na manhã seguinte, ao velório.
E caem em abraços,
caem em olhares,
caem em palavras,
caem em silêncios.

Será que eu deveria ter dado mais atenção?
Deveria ter ido visitá-la mais?
Ter bebido mais caipirinhas e comido mais esfihas à sua companhia?
Ter pagado mais cervejas na 3 rios e ter colado mais “Antarctica” nos copos?
Ter ido faze-la companhia durante muitas noites naquele ap solitário?



Se no meio do que você tá fazendo você pára

se no meio do que você tá fazendo você pára
se você tem problema de saúde de repente você sara
se você ia dar um passo a sua perna fica pendurada
parece que tá todo mundo ouvindo e ninguém tá falando nada

e agora não precisa correr
agora não precisa mais se apressar

o cara que se joga da janela fica parado no ar
na hora da trombada o carro freia um pouco antes de amassar
quem estava para dar um soco vai ficar com a mão fechada
parece que tá todo mundo vendo e não tá acontecendo nada

e a grana que você economizou não vai poder gastar
e a saúde que você cuidou não vai poder estragar
aquela roupa que você comprou não vai poder usar
você não vai dormir nem acordar agora agora

e agora não precisa correr
agora não precisa mais se apressar

faz horas que já passa das 3 e ainda não são 4 horas
há dias que foi dia 31 e não acaba esse mês
os anos se passaram mas seu filho continua neném
o seu avô parece ter 70 mas já tem mais de 100

e passa a vida inteira
passa a vida inteira
a vida inteira passa
a vida inteira

se no meio do que você tá fazendo você pára
o que você nunca tinha reparado agora está na cara
o céu fica rachado ao meio quando o raio raia
a chuva não alcança o mar enquanto a onda não alcança a praia

e a grana que você economizou não vai poder gastar
e a saúde que você cuidou não vai poder estragar
aquela roupa que você comprou não vai poder usar
não vai dormir nem acordar agora e agora

e agora não precisa correr
agora não precisa mais se apressar

faz horas que já passa das 10 e ainda são 9 horas
faz anos que você está na fila e não chegou sua vez
o dia já acabou há muitos dias mas a noite não vem
seu coração não bate há muito tempo mas você está bem

e passa a vida inteira
passa a vida inteira
a vida inteira passa
a vida inteira

e agora não precisa correr
agora não precisa mais se apressar

Arnaldo Antunes e Nando Reis

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Distância

Sempre acontece. As pessoas se aproximam e depois de distanciam, ou se distanciam, e depois se aproximam e se distanciam de novo e se aproximam, ou não, novamente.
Mas, o mais doloroso, é o distanciamento obrigatório, aquele que não aconteceu “naturalmente” e que nem tivemos opção de escolha.
Quando esse acontece, nos leva a pensar e relembrar nos momentos em que estivemos juntos, nos outros distanciamentos obrigatórios que já tivemos durante a vida, no nosso futuro distanciamento obrigatório, nos distanciamentos não-obrigatórios que já nos ocorreu e até mesmo nas nossas tentativas ou pensamentos de distanciamento obrigatório próprio.
Depois de algum tempo parece que a distância e a dor diminuem e o que fica é a lembrança.


“tem pessoas que a gente não se esquece (nem se esquecer)” Lua

Devaneios ao Pesto

Chores Lua minha.
Não fale, se não queres.
Tento te sentir, para não te invadir.

Silêncio.

Por vezes, é preciso.
Tenta te sentir,
mesmo que sejamos nós e não, apenas, eu.
Preciso de ti,
preciso do teu reino da alegria,
e do teu sorriso estonteante
Preciso do teu beijo e da tua paixão.
O quero estrelado e não cinzento.

“quero você, peça tudo o que quiser”

“quero a Guanabara, quero o Rio Nilo, quero tudo, ter estrela, flor, estilo (...) Quero viver, quero ouvir, quero ver (...) acho que vim pra te ver”

domingo, 4 de novembro de 2007

Achados no meio da bagunça 1

Muitos acontecimentos
Muitas confusões
Assim é a vida
Sentimentos vão e vem
Pessoas vão e vem
Algumas participam por um bom tempo da nossa vida
Outras passam rápido
Mas às vezes sua participação é tão intensa
Que nos apegamos e lembramos dela por mais tempo
Assim é a vida...

escrito em 14/03/2005

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Aniversário

Isso significa o que?
Quero coisas materiais dos familiares e uma possível presença dos amigos
Quero a pureza pra sempre
E o acreditar num mundo melhor

Tenho medo dos medos que não me estranham mais
Não quero (queria) a maioridade, a adultilidade
Não quero crescer
Muito menos fazer 18 anos
Tenho medo de me acomodar

O dia, é apenas mais um
mas, a data é um símbolo.
Meu desejo?
Ser criança pra sempre
magias, mundos mágicos e reinos da alegria

Por favor, minha dose de “soma” diário

16/10/2007
 
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